Última atualização: 17/01/2023
Conheça o incrível Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra, um museu construído sobre túneis romanos, que exibe esculturas góticas, arte religiosa e um claustro do século XI.
MUSEU NACIONAL MACHADO DE CASTRO
Fundado em 1913, o Museu Nacional de Machado de Castro é um dos mais importantes museus de arte de Portugal, abrigando itens de escultura, pintura, arqueologia, ourivesaria, joalheria, desenho e artes decorativas, incluindo obras em cerâmica, têxteis e mobiliário. O nome do museu é uma homenagem a Joaquim Machado de Castro, um renomado escultor português nascido nos arredores de Coimbra e que viveu entre os séculos XVIII e XIX.
O museu fica instalado no local onde, no passado, ficava o Fórum de Aeminium, centro político, administrativo e religioso da Coimbra romana. Posteriormente, este belo edifício serviu como antigo Paço Episcopal de Coimbra do século XII até 1911. Este é o mais bem conservado edifício da época romana em Portugal.
Em 2006, o museu fechou para uma ampla renovação, segundo um projeto da autoria do arquiteto Gonçalo Byrne, e foi reaberto, em 2012. Desde 2013, faz parte da área da Universidade de Coimbra – Alta e Sofia, classificada como Patrimônio Mundial da Humanidade da UNESCO.
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ÁREAS DO MUSEU NACIONAL MACHADO DE CASTRO
As instalações do Museu Nacional Machado de Castro estão divididas em três áreas conectadas entre si. São elas:
- CRIPTOPÓRTICO ROMANO: Localizado no subterrâneo, esta área foi construída no século I pelos romanos para suporte do antigo fórum da Coimbra romana. O local possui uma ampla rede de galerias e corredores que se comunicam.
- ANTIGO PAÇO EPISCOPAL: Esta área é formada pelas primeiras construções que datam dos séculos XI e XII, mas que sofreram várias modificações a partir do século XVI, e serviram como Palácio dos Arcebispos. O grande pátio se destaca por uma loggia quinhetista. Após ser renovado, abriga parte do acervo do museu, além de salas multimídia, espaço para exposições temporárias e uma loja de presentes/livraria.
- EDIFÍCIO NOVO: Abriga grande parte da coleção do museu (escultura, pintura, ourivesaria), incluindo ainda novas áreas de entrada e um Café/restaurante com esplanada exterior muito simpática com um terraço com bonitas vistas.
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DESTAQUES E COLEÇÕES DO MUSEU
A maior parte do acervo do museu é constituída por peças provenientes de igrejas e instituições religiosas dos arredores de Coimbra. Destacam-se as coleções de escultura (a mais extensa de todos os museus nacionais de Portugal), pintura, metais preciosos, cerâmica e têxteis. As peças exibem os principais estilos artísticos que dominaram a Europa do séc. XII ao séc. XVIII e estão distribuídas por 5 pisos. O Piso 0 (térreo) é onde fica a bilheteria e parte das exposições, incluindo o Claustro de São João de Almedina; a escultura “Cristo Negro”, do século XIV, produzida em madeira policromada; e a impressionante Capela do Tesoureiro do século XVI (construída por João de Ruão, para integrar a abside da capela-mor da igreja do Convento de São Domingos em Coimbra).
O Piso 1 abriga mais coleções, com destaque para a pintura “Senhora da Rosa” do século XIV e o Coche de D. Francisco de Lemos; e o Piso 2 hospeda o Tesouro da Rainha Santa Isabel. Finalmente, os Pisos -1 e -2 compõem o criptopórtico.
Confira mais detalhes em seguida:
1. ESCULTURAS
A coleção de esculturas é uma das mais importantes do museu, cobrindo a escultura portuguesa e estrangeira do séc. XI ao séc. XVIII. A primeira parte da coleção ilustra a evolução da escultura portuguesa talhada em pedra desde a era pré-Romana ao final do Renascimento. Há obras incríveis de Gil Eanes (famoso por suas esculturas no Mosteiro da Batalha); Mestro Pero (escultor do túmulo de Santa Isabel, no Convento de Santa Clara-a-Nova); além de muitos outros nomes como João Afonso; Diogo Pires, o Velho; Diogo Pires, o Novo; João de Ruão; Nicolau de Chanterene; Hodart. Não deixe de ver “A Última Ceia de Cristo”, de Hodart Vyryo no Piso -1, que é um conjunto de esculturas em terracota produzido entre 1530 e 1534.
2. PINTURAS
O foco da coleção são pinturas portuguesas dos séculos XV ao XX. Entre as principais estão “Senhora da Rosa” (século XV), de autor desconhecido; “Tríptico da aparição de Cristo à Virgem” (século XVI), de Garcia Fernandes; “Assunção da Virgem”, da oficina dos Mestres do Sardoal (século XV), de Gil Vicente. Há pinturas do século XVII de Josefa de Óbidos, Bento Coelho da Silveira e Manuel Henriques e, do século XVIII de André Gonçalves e Pedro Alexandrino de Carvalho. Entre as pinturas também se destaca o conjunto de pinturas flamengas do século XVI, em particular o “Tríptico da Paixão de Cristo” (1514-17), de Quentin Metsys.
3. ARTES DECORATIVAS
O acervo do museu é composto por coleções de têxteis, mobiliário, cerâmica, ourivesaria, entre outras. O acervo de ourivesaria inclui uma importante coleção de ourivesaria sacra dos séculos XII a XVIII, incluindo algumas das obras-primas da ourivesaria portuguesa, como o cálice de D. Gueda Mendes do século XII; o Tesouro da Rainha Santa Isabel (que inclui peças do seu mosteiro, dedicado a Santa Clara, preservadas ao longo dos séculos, assim como outras obras de arte de diferentes épocas e origens); a Custódia manuelina da Sé de Coimbra (1527); e a Custódia do Sacramento (século XVIII).
Há também importantes núcleos de têxteis de função religiosa (paramentaria litúrgica dos séculos XVI-XIX); uma bela coleção de mobiliário do século XVI ao século XIX; além de peças de cerâmica do século XV ao XX. Há ainda um núcleo de artes decorativas orientais (China e Japão).
4. CRIPTOPÓRTICO DE AEMINUIUM
Criada há 2 mil anos atrás, a cidade romana de Aeminium representa os primórdios de Coimbra. O espaço preservado no andar inferior do Museu Machado de Castro era o antigo fórum romano da cidade, centro político, religioso e administrativo da cidade que ficava situado na intersecção de duas estradas principais.
O criptopórtico (pórtico oculto) foi construído para evitar o declive da colina, ao criar uma plataforma artificial, suportando o pátio e os edifícios contíguos. Na Idade Média, o criptopórtico foi substituído pelo palácio episcopal e no séc. XX pelo Museu Nacional Machado de Castro. O criptopórtico de Aeminium é um dos belos e originais do mundo, com um conjunto labríntico incrível de galerias abobadadas que, em geral, eram usadas como silos para guardar alimentos.
Algumas peças encontradas em escavações arqueológicas estão em exposição nas galerias e incluem lápides, esculturas, bustos e marcos miliários (colunas usadas para marcar as distâncias em milhas nas estradas romanas).
LOGGIA: O RESTAURANTE DO MUSEU
Loggia é um restaurante localizado em esplanada panorâmica com uma vista deslumbrante da Universidade de Coimbra, o rio Mondego, e a loggia (varanda) quinhentista do Museu Nacional Machado de Castro. O restaurante oferece um menu variado para o almoço, café da tarde e até mesmo propostas interessantes para o fim de semana. Confira os menus neste link.
INFORMAÇÕES IMPORTANTES
Museu Nacional Machado de Castro
- Endereço: Largo Dr. José Rodrigues, 3000-236 Coimbra, Portugal
- Horários: diariamente de 10h às 18h
- Entrada: 6€ | somente o criptopórtico 3€
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