Veja os detalhes para visitar o Castelo de São Jorge em Lisboa, uma das principais atrações da cidade. O local é repleto de história, vistas lindas da cidade e tem muita coisa bacana para conhecer.
O CASTELO DE SÃO JORGE
O Castelo de São Jorge é um castelo mouro do século XI, localizado no alto da Colina do Castelo que é, nos dias de hoje, uma das principais atrações de Lisboa. O castelo foi construído durante o período medieval para ser uma cidadela fortificada. O complexo do castelo é constituído pelo próprio castelo, alguns edifícios anexos (incluindo as ruínas do Palácio Real da Alcáçova), jardins e uma grande praça com terraço, de onde é possível ter uma vista incrível de Lisboa do alto da colina.

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Além de suas paredes principais, o castelo é protegido por um muro baixo que impedia que inimigos se aproximassem das muralhas principais do castelo. Ele também é parcialmente cercado por um fosso, que está seco nos dias de hoje. O complexo ainda preserva 11 torres, das quais se destacam a Torre de Menagem, a Torre do Haver ou do Tombo, a Torre do Paço, a Torre da Cisterna e a Torre de São Lourenço.
UM POUCO DE HISTÓRIA…
Há indícios de que as primeiras fortificações no alto da colina datam do século II a.C., quando em 48 a.C. Lisboa era um município romano. A área onde está hoje o Castelo de São Jorge foi utilizada no passado por tribos celtas, pelos fenícios, gregos, cartagineses e, mais tarde, pelos romanos, visigodos e mouros. Foi no século X que as fortificações foram reconstruídas pelas forças muçulmanas, incluindo as muralhas. O castelo foi liberado do domínio mouro em 1147 e, em 1255, Lisboa voltou a ser a capital do reino. Em 1373, o rei Fernando I ordenou a construção da Cerva Nova, também conhecida como Cerca Fernandina, que fez com o que todo o castelo ficasse cercado por muros e guardado por torres.

No final do século XIV, durante o reinado de João I, o castelo foi dedicado a São Jorge, o santo guerreiro, famoso por ter matado um dragão. Por volta de 1450, o castelo fortificado foi convertido em uma residência real. Em 1531, um terremoto danificou muito o castelo, contribuindo para sua decadência. Em 1569, o Rei Sebastião ordenou a reconstrução dos apartamentos reais no castelo, com a intenção de usá-lo como sua residência oficial. No entanto, com a morte prematura do rei, as obras nunca foram concluídas.

Com a crise de sucessão aberta, Portugal caiu sob domínio espanhol e o castelo foi convertido em quartal militar e uma prisão. A partir de 1648, após a independência portuguesa, o governo assumiu trabalhos de restauração do castelo, construindo uma nova fortificação ao seu redor. Já durante a república, o governo Salazar iniciou amplas reformas no local, além de descobrir vestígios de um antigo paço real. Já no final do século XX, trabalhos arqueológicos contribuíram para investigar a ocupação humana no alto da colina.

COMO É A VISITA AO CASTELO DE SÃO JORGE
A entrada principal da cidadela é formada por um portão do século XIX decorado pelo brasão de armas de Portugal, o nome da rainha Maria II e a data de 1846.

Como o Castelo de São Jorge é uma das atrações mais visitadas da cidade, é bem provável que ao chegar você encontre longas filas para comprar o ticket de entrada. Se puder, chegue mais cedo ou visite o local durante a semana para tentar evitar grandes aglomerações. Na área externa, perto da bilheteria, fica uma loja de presentes.

Após comprar o ticket, e com o mapa do castelo em mãos, dirija-se até o portão à esquerda onde será necessário fazer a leitura do código do seu ticket. Passe-o no leitor da catraca para ter acesso às dependências do castelo. Confira em seguida alguns dos principais destaques do Castelo de São Jorge.
1. ENTRADA DO CASTELO E MIRADOURO
Entrando no complexo, você vai acessar a praça principal (Praça de Armas), que é decorado com velhos canhões e uma estátua de bronze de Afonso Henriques, o monarca português que tomou o castelo dos mouros.


Atravessando a praça, você vai encontrar uma área em que se pode ter lindas vistas do centro de Lisboa. Devido à localização, no alto da colina, o Castelo de São Jorge permite vistas panorâmicas, sendo um dos melhores miradouros (mirantes) de Lisboa.

2. VESTÍGIOS DO ANTIGO PAÇO REAL DA ALCÁÇOVA
A área que abriga hoje a Exposição Permanente, o Café do Castelo e o restaurante Casa do Leão fazem parte da área onde ficava a residência medieval. Ao lado, fica o Jardim Romântico e os terraços onde ainda hoje é possível identificar alguns elementos arquitetônicos que pertencia ao antigo palácio real. O local foi destruído devido ao fortíssimo terremoto de 1755.


3. EXPOSIÇÃO PERMANENTE
Logo no início da visita fica um local que abriga uma exposição do castelo. Neste local é exibida uma série de itens encontrados no Sítio Arqueológico do Castelo (falaremos mais no item #6). Aqui estão expostos artefatos desde o século VII a.C. até o século XVIII. Eles ajudam a entender o passado do local ao longo dos séculos, com um destaque para o Período Mouro durante os séculos XI e XII.


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4. CASTELEJO E SUAS TORRES
Como foi falado no início do post, foi durante o Período Mouro, em meados do século XI, que foi construída uma fortificação no topo da colina. Esta estrutura tinha, primordialmente, função militar. Diferentemente de outros castelos do tipo na Europa, ela não tinha função de residencial real.


Atualmente, 11 das torres construídas no local continuam em pé. É possível caminhar por algumas áreas e subir em algumas torres para observar a vista e tirar lindas fotos da cidade. Entre os destaques desta área estão:
- Torre de Menagem: Esta é a principal torre do Castelo de São Jorge. Ela tem uma estrutura mais forte, uma vez que estava preparada para resistir a ataques, servindo de posto de comando. Era nesta torre que o estandarte real era hasteado. No século XVIII, foi instalado aqui o primeiro observatório de Lisboa, utilizado para fins de astronomia e meterologia.

- Torre do Haver ou Torre do Tombo: Esta torre também é chamada de Torre de Ulisses desde o século XVIII. Nela era guardado o tesouro real (resultado da coleta de impostos e das rendas reais) e, posteriormente, abrigou um arquivo real, onde ficavam os documentos mais importantes do reino. Nela fica instalada a Câmera Obscura (veja item #5 para mais informações).
- Torre do Paço: Ela leva este nome por ficar próxima do antigo Paço Real, sendo provável que ficassem ligados. No século XV, a torre fica próxima a uma ala do Paço conhecida por “Casa dos Leões”, que abrigava dois leões reais. O arquivo real funcionou também na Torre do Paço até o terremoto de 1755.
- Torre da Cisterna: A torre leva este nome justamente por ter um mecanismo de recolhimento e armazenamento de águas conhecido como cisterna.

OUTRAS ÁREAS
- Torre de São Lourenço: Esta torre fica em uma encosta e é ligada ao castelo por uma couraça, elemento conhecido da arquitetura militar da época moura. Esta ligação garantia acesso seguro a um poço que ficava fora do castelo. Além disso, permitia a entrada de reforços ou de abastecimentos para o castelo.
- Porta do Moniz: Este é um dos três portões da área murada da cidadela. Ela está associada a uma lenda da época da conquista de Lisboa pelos mouros, em 1147. A lenda conta que o cavaleiro do rei D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, teria morrido no local para que o portão na fechasse, permitindo a entrada dos cristãos e a reconquista da cidade. O nome da torre é, portanto, uma homenagem ao cavaleiro Martim Moniz.
5. CÂMERA OBSCURA
Instalada em 1998 na Torre do Haver (ou Tombo ou Ulisses), a Câmara Obscura é uma sala onde é exibido o resultado de um sistema ótico de lentes e espelhos que permite observar em detalhe a cidade de Lisboa em temo real, ver suas principais atrações, monumentos e lugares icônicos da cidade. O local é bem interessante, pois permite ter uma visão 360º dos mais importantes locais de Lisboa.

6. SÍTIO ARQUEOLÓGICO
O Sítio Arqueológico fica em uma área mais isolada do complexo do castelo. Ali ficam um conjunto de vestígios arqueológicos que remontam de muitos séculos atrás. Os arqueólogos acreditam que neste espaço é possível identificar diferentes momentos da história de Lisboa, incluindo:
- Idade do Ferro (séculos VIII a.C. a III a.C.): Conjunto de estruturas habitacionais das primeiras ocupações na área. Foram encontradas uma cozinha com diversos artefatos como panelas, potes, taças e ânforas.
- Bairro Islâmico (séculos XI e XII): Vestígios da área residencial no Período Mouro. Aqui ficavam as elites do governo da cidade em suas casas e edificações mais simples. Foram encontrados rebocos pintados e decorados com motivos geométricos nas paredes.
- Palácio Real (séculos XV a XVIII): Ruínas do antigo palácio real, destruído no terremoto de 1755. Neste local foram encontrados vestígios do piso térreo. Nele ficavam uma despensa, cozinhas e cavalariças do Palácio dos Condes de Santiago. O palácio aproveitou parte das construções de um antigo paço episcopal construído sobre os edifícios mouros.

COMO CHEGAR AO CASTELO DE SÃO JORGE
Para chegar até o Castelo de São Jorge utilizando transporte público, você pode pegar o Ônibus (Autocarro) 737 ou Bonde Elétrico 12E ou 28E. Lembre-se que o castelo fica localizado no alto de uma ladeira. Por isso, você terá que fazer uma parte do trajeto a pé por cerca de 10 minutos. A subida é íngrime e, por isso, não adianta ter pressa. Uma dica importante é usar calçados e roupas confortáveis durante a visita.

DICA DE ECONOMIA: LISBOA CARD
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INFORMAÇÕES IMPORTANTES
Castelo de São Jorge
- Endereço: R. de Santa Cruz do Castelo, 1100-129 Lisboa, Portugal
- Horários: diariamente de novembro a fevereiro de 9h às 19h / de março a outubro de 9h às 21h / Câmara Obscura de 10h às 17h20
- Entrada: €10
- Outro tipo de ticket: Lisboa: Entrada Sem Fila p/ Castelo de São Jorge c/ Recepção (entrada sem fila para o castelo com introdução de 15 minutos sobre a história do local)
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